Startup Resolvvi levanta R$2.2 milhões em nova rodada de investimentos
Focada em reivindicar indenizações por problemas de passageiros com voos de companhias aéreas, a empresa recebeu aporte liderado pela DOMO Invest, GVAngels e Bossa Nova Investimentos
Se você ainda não teve um voo cancelado ou perdeu um compromisso importante em virtude de um longo atraso, sinta-se privilegiado. Segundo a ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, cerca de 11,57% dos voos são cancelados no Brasil por ano, o que equivale a um total de 112 mil voos.
Com isso, cerca de 12,1 milhões sofrem problemas com voos de companhias aéreas anualmente.
Já há no mercado empresas especializadas em oferecer esse serviço, porém foi a startup Resolvvi que chamou recentemente a atenção dos três grupos de investimento.
A empresa receberá R$2.2 milhões para acelerar seu crescimento.
O valor é o resultado de uma rodada de investimento liderada pela DOMO Invest, junto a GVAngels e Bossa Nova Investimentos.
É a primeira grande rodada de investimento da empresa, que anteriormente em 2018 já tinha recebido R$150 mil da WOW Aceleradora de Startups.
A cearense Resolvvi está longe de ser um escritório de advocacia, haja vista que apenas um dos seus três fundadores é advogado, Jesus Hernandez, que ocupa o cargo de COO.
Os outros dois sócios são os engenheiros de produção Bruno Arruda (CEO) e Patricia Autran (CMO). Dessa forma, o core business da empresa é oferecer a tecnologia necessária para que as pessoas possam obter a compensação em situações de voos atrasados, cancelados, overbooking e extravio de bagagem, sem burocracia.
E é justamente por ter foco em tecnologia que a empresa chamou a atenção dos investidores.
“Resolver um problema como este é, sem dúvida alguma, uma dor comum entre a maioria das pessoas. A eficiência tecnológica da plataforma usada pela startup é evidente e, por isso, resolvemos embarcar nesse desafio aportando, além de capital, conhecimento e networking. Afinal, o setor aéreo segue aquecido no Brasil e tende a crescer ainda mais com a chegada de players internacionais”, afirma Rodrigo Borges, sócio da DOMO Invest.
Já a Bossa Nova Investimentos estava de olho na startup há um bom tempo.
“Eu sempre tive a Resolvvi no meu radar. Acompanhei a evolução do negócio e quando eles ajustaram o modelo atual entramos. Tenho muita confiança no time e acredito na solução em relação ao problema que resolvem”, revela João Kepler, Partner da empresa.
Para Patrícia Osorio, uma das fundadoras do GVAngels, foi a simplicidade da solução que atraiu seus investidores.
“A empresa encontrou uma forma tão simples de resolver uma dor que é praticamente impossível um consumidor não querer utilizar a solução. Além disso, atua em um mercado que só tende a crescer no país”, afirma a investidora- anjo.
Diferencial: simplicidade para o cliente
Todo o serviço oferecido via aplicativo da Resolvvi é muito simples: basta que o cliente forneça um print da passagem referente ao voo cancelado e aguarde uma resposta.
O atendimento é completamente online, inclusive o contrato é gerado dentro da plataforma com assinatura digital.
Além da praticidade, outro ponto alto da solução é que os clientes só pagam se ganharem a causa, ou seja, não há custos iniciais.
“Atuamos no encontro de duas áreas historicamente ineficientes no Brasil, o mercado jurídico e de turismo. Com isso, há muita oportunidade para melhorar a maneira como o consumidor enxerga seus direitos, mas também em passar a dar para as companhias aéreas a oportunidade de atuarem de uma maneira satisfatória quando as coisas não saem como planejado”, explica Bruno Arruda, CEO da startup.
Expectativa de crescimento
Para a Resolvvi, contar com esta rodada de investimento representa aliar capital com um forte conhecimento em negócios B2C e B2B.
“Enxergamos que, além do valor aportado em si, temos muito a ganhar com a entrada desses três novos players no negócio, temos a expertise focada em consumidor final da (DOMO Invest), temos o smart money de um grupo de investidores-anjos que é referência nacional (GVAngels) e uma imensa rede de um dos maiores grupos de investimentos de startups do país (Bossa Nova)”, esclarece Bruno.
A empresa acredita que o aporte recebido permitirá que possam explorar cada vez mais canais de aquisição de clientes para suportar um acelerado crescimento, e também para que invistam em expandir o time de engenheiros em prol do aprimoramento do serviço ofertado aos consumidores.
“Queremos terminar este ano nos confirmando como os líderes nacionais em nosso mercado e, para isso, precisamos manter a tração de crescimento já apresentada. Já para 2020, a ideia é começar a expansão de serviços para outras áreas, passando a resolver problemas do nosso cliente em cada vez mais pontos de sua jornada como consumidor e viajante”, conclui Bruno.
Sobre o GVAngels
O GVAngels, grupo de investimentos formado por ex-alunos da FGV, já aportou R$ 5 milhões em 15 startups early stage, selecionadas entre mais de 600 candidatos.
Fundado em abril de 2017, o grupo já realizou quinze fóruns de investimentos em que 60 startups finalistas apresentaram seus pitches em busca de investimentos para viabilizar o desenvolvimento de seus negócios.
Sobre DOMO Invest
Fundada há três anos, a DOMO Invest é uma Asset Management focada em Venture Capital, que surgiu a partir da aliança entre empreendedores bem-sucedidos e executivos com vasta experiência em M&A, Mercado de Capitais e estruturação de fundos, para contribuir com a profissionalização desse mercado no Brasil.
Além de seu fundo DOMO Ventures, concentrado em startups early stage de base tecnológica, a Asset também é responsável pela gestão do FIP Anjo.
Os sócios da DOMO Invest participaram de mais de 50 investimentos e transações de M&A ao longo dos últimos 10 anos em negócios tecnológicos e contam com credenciais complementares.
Além disso, têm um forte alinhamento de longo prazo, o que viabiliza o acompanhamento perene das startups do portfólio com intuito de desenvolvê-las da forma mais rentável possível.
Sobre a Bossa Nova Investimentos
A Bossa Nova Investimentos é o venture capital mais ativo da América Latina, investimos em startups no estágio pré-see e seed money (R$ 100 mil a R$ 800 mil por negócio).
Recentemente a empresa começou suas operações em Portugal, com a abertura de um escritório em Lisboa.
O objetivo da Bossa Nova, sócia do BMG UpTech, é dar continuidade ao planejamento conjunto de internacionalizar os investimentos e atingir a marca de 1.000 startups até 2020.