Estudo inédito: Energia pode ficar até 8,5% mais cara em maio
Estudo da Infinity Energia: conta de luz pode ficar até 8,5% mais cara em maio com acionamento da bandeira vermelha
Falta de chuvas e nível crítico dos reservatórios forçam o ligamento de termoelétricas. Bandeira vermelha patamar 2 não está descartada
A falta de chuvas vai pesar para o bolso do consumidor. Segundo projeções da Trinity Energia, consultora e comercializadora de energia no Mercado Livre, a expectativa é que a partir de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) acione a bandeira tarifária vermelha, fazendo a conta de luz aumentar.
Dessa forma, a fatura dos brasileiros sofrerá um acréscimo de R$ 0,04169 para cada kWh consumidos, ou R$ 4,169 para cada 100 kWh. Na prática, isso significa dizer que uma família média brasileira pagará 6,75 reais a mais pela energia.
As informações levam em conta os dados de 2019 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que apontam o consumo médio dos lares no Brasil de 162 kWh/mês.
Considerando a tarifa média nacional calculada pela Aneel, com base nas tarifas de cada Estado, de R$ 0,578/kWh, isso representa uma conta de luz de, em média, R$ 93,64 (valor total sem impostos). Sendo assim, a fatura média do brasileiro chegaria a R$ 100,39 (sem impostos).
O sistema de bandeiras tarifárias, utilizado pela Aneel, procura sinalizar para o consumidor o custo real da energia, induzindo o uso mais consciente do insumo. Quando a bandeira é verde, significa que não há maiores restrições ao consumo, porque os reservatórios estão cheios e a produção das hidrelétricas está normal.
Bandeira amarela indica preocupação.
Bandeira vermelha patamar 1 é sinal de alerta. Já a bandeira vermelha patamar 2, a última da escala e a mais cara, significa que o sistema pode entrar em colapso. Nesses casos, o custo de geração será bem mais alto.
É o que pode acontecer no Brasil por conta do último período úmido, determinado pelos meteorologistas como os meses de dezembro a março. Com a estiagem prolongada, os reservatórios caíram e a geração das hidrelétricas diminuiu, provocando o sistema a acionar usinas termelétricas, que funcionam com gás ou com óleo diesel, e têm custo de geração mais elevado.
Pode piorar
De acordo com o estudo da Trinity Energia, o cenário pode ficar ainda pior caso São Pedro não ajude e as chuvas não venham. A consultoria alerta que será preciso acionar a bandeira vermelha patamar 2, a última e mais cara de todas, caso os reservatórios continuarem críticos e o consumo de energia aumente gradativamente, conforme os efeitos da pandemia nas cadeias produtivas forem diminuindo. “É uma lógica proporcional, menos chuva e mais consumo, mais cara a energia”, pondera João Sanches, CEO da Trinity Energia.
Neste caso, a fatura dos brasileiros aumentaria em 0,06243 para cada kWh consumidos, ou R$ 6,243 para cada 100 kWh. Seguindo a mesma lógica acima, a conta de uma família média brasileira poderia encarecer até 8,5%, chegando a R$ 103,75, com um acréscimo de R$ 10,11 na fatura, na comparação com a bandeira amarela, vigente em abril. “Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) esse é o quarto pior período úmido da história do subsistema Sudeste/Centro-Oeste e o sexto pior considerando todo o Sistema Interligado Nacional. Isso traz impactos diretos não apenas no preço da energia, como também para as metas de inflação do governo”, diz o executivo.
Na comparação com a bandeira verde, a bandeira vermelha patamar 2 representa um aumento médio na conta de luz de 10,8%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo de energia elétrica residencial representa 4,3% da cesta de consumo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Por ora acreditamos que o racionamento de água está descartado. Porém, com o anúncio da bandeira vermelha patamar 2 e mesmo no patamar 1 é importante que os consumidores busquem evitar o desperdício de água e energia”, conclui Sanches.
Sobre a Trinity Energia
A Trinity Energia é uma comercializadora de energia elétrica, autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e membro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Presente em 24 estados brasileiros, a companhia tem mais de 500 unidades entre consumidoras e geradoras sob sua gestão. A empresa registrou faturamento de R$ 1,8 bilhão em 2020.
Sobre João Sanches
CEO da Trinity Energia, João Sanches é bacharel em administração de empresas pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e Certificate in Financial Management (CFM) pela Insper. Especialista e estrategista da mesa de operações de comercialização e gestão de riscos no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Para saber mais acesse: https://www.trinityenergia.com.br