Desafio na pandemia: captação de investimento para startups
Wlado Teixeira, diretor do GVAngels, recomenda que empreendedores de startups revejam seus planos de negócios e verifiquem a possibilidade de reduzir a necessidade de investimento. Veja 5 dicas para empreendedores
Nos últimos quatro anos, a quantidade de startups no Brasil mais que triplicou, passando de 4.151 para 12.727 empresas – um salto de 207% (dados Abstartups).
Porém, com a pandemia e o distanciamento social, o mercado de startups enfrenta, como tantos outros negócios, muitas incertezas em 2020.
Com isso, o crescimento do setor está sendo colocado à prova.
Para Wlado Teixeira, diretor do grupo de investimento-anjo GVAngels, a pandemia dificultou os negócios e a captação de investimento para algumas startups, porém, também facilitou o crescimento de outras.
Ou seja, o crescimento – ou não – depende do setor de atuação em que cada startup está inserida.
Negócios na área de logística e serviços de e-commerce, por exemplo, tendem a prosperar mais neste momento.
“Para as startups que tiveram os negócios prejudicados, o processo de captação de investimento pode se tornar mais trabalhoso e assim seu crescimento pode estar comprometido”, observa Wlado.
Para que as startups atuem de maneira mais estratégica e com mais assertividade, o diretor do GVAngels listou cinco dicas para empreendedores:
- A recomendação é que startups revejam o plano de negócios e verifiquem se é viável reduzir o valor da necessidade de investimento para os próximos nove meses. Talvez seja mais viável conseguir um investimento menor neste momento, para atender às necessidades do negócio por um prazo mais curto. E assim voltar a captar investimento somente no segundo trimestre de 2021, quando provavelmente a economia estará melhor do que agora e será mais fácil fazer nova rodada de investimento.
- Procurem analisar as teses de investimentos de grupos de investimento-anjo e venture capital para direcionar seus esforços para potenciais investidores , que possuem maior convergência com a área de atuação da startup.
- Além dos grupos de investidores anjos e venture capital, outra alternativa é procurar conhecer crowdfundings e ventures debts. Podem ser boas fontes alternativas de captação de recursos.
- E, dependendo das circunstâncias e do cenário atual da startup, o empreendedor poderá analisar a conveniência de uma operação de fusão com outra empresa que tenha sinergia com seu modelo de negócio.
- Independente da fonte de investimento, o empreendedor deve avaliar também se o investimento disponível é smart money, ou seja, se além do capital investido, poderá contar com o conhecimento, a experiência e a rede de relacionamento dos investidores. Esse sim será um grande diferencial para o sucesso da startup em meio à pandemia.
Como sugestão final , Wlado Teixeira traz uma reflexão importante: “As crises nos tornam mais maduros profissionalmente e também mais bem preparados para enfrentar eventuais dificuldades que possam aparecer na jornada da empresa”.
Sobre o GVAngels
O GVAngels é o grupo de investidores-anjo formado por ex-alunos da FGV.
Desde sua fundação, em abril de 2017, a rede de 190 alumnis da escola já investiu cerca de R$ 7.5 milhões em 19 startups de alto potencial de crescimento e escala.
Além do aporte financeiro, as empresas investidas recebem acesso ao smart money de executivos C-Level e empreendedores de sucesso que compõem o grupo. Acesse: www.gvangels.com.br