Assessor de um lado, jornalista de outro?
Assessor de um lado, jornalista de outro?
Desde que iniciei minha carreira na área da comunicação, como rádio escuta em 2001 – aos 18 anos, acompanho muitas discussões, pontos de vista e críticas sobre assessores de imprensa e a relação com repórteres, produtores, pauteiros e editores.
É como se houvesse um campo com dois times jogando contra. Cada um defendendo seu lado. E entendo que seja totalmente o contrário. O tempo e a experiência em ambas as ‘equipes’ me mostraram que nesse jogo, ninguém precisa perder. Na verdade, todos podem ganhar.
Aliás, um ponto importante: ambos são jornalistas ou, por via de regra, formados em áreas da comunicação, seja relações públicas, marketing ou jornalismo. Então por que essa adversidade?
É evidente que o assessor de imprensa tem seus interesses, quer atender às necessidades e demandas de seus clientes e adoraria que o jornalista do veículo publicasse todo seu conteúdo. E é aí que o bom senso, o critério e a sabedoria que o cargo exige, entram em questão, para avaliar o que vale ou não publicar.
Sou assessora de imprensa e lido com dezenas de jornalistas de veículos. E registrei um case muito bacana hoje – isso mesmo, hoje, sábado. Em uma sintonia fina com a repórter Vanessa Cuba, que faz freela para grandes veículos impressos e online, desenvolvemos uma matéria linda com meu cliente, o snowboarder paralímpico Andre Cintra.
Eu digo desenvolvemos, juntas, porque é isso que acontece quando um (a) assessor (a) de imprensa com uma boa sugestão de pauta, encontra do outro lado do balcão, um (a) jornalista de mente aberta e à procura de uma grande história pra contar, de um personagem pra apresentar. E que consegue entender a essência do personagem, aquilo que ele realmente tem de mais interessante a contar.
A ideia é somar, oferecer ao público algo que interesse, que motive, que inspire ou até mesmo que incomode. Mas que informe, que saia da mesmice, daquilo que a grande massa copia e cola sem nem ler.
Já estive do outro lado desse jogo, quando durante 10 anos atuei na rádio Jovem Pan, onde pude aprender muito e tenho grande respeito e gratidão. Tanto pelos acertos quando pelos erros.
Agora nessa jornada da assessoria de comunicação, quero continuar encontrando outras ‘Vanessas’, dispostas a escutar e desenvolver boas histórias. Afinal, esse não é o papel do jornalista?
Como diz o ditado, ‘Sozinho vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe”. Um brinde a união de talentos, de um mercado mais unido e de um jornalismo cada vez melhor – pra todo mundo.
Confira a reportagem citada: http://www.lance.com.br/rio2016/snowboarder-paralimpico-andre-cintra-que-vai-disputar-jogos-inverno-voluntario-rio-2016.html